Hitler. Joachim Fest.





Quem espera relatos historiográficos sobre a Segunda Grande Guerra, se surpreende com a distância da temática objetivada. Na verdade, trata-se de uma obra detalhada em que o foco está na tentativa de se entender a personalidade de Hitler. Na verdade, os autores Ian Kershaw, ou mesmo Alan Bullock, são as melhores opções para a pesquisa sobre a Segunda Guerra Mundial sob ótica nazista.

Fest se concentra na “impessoa” do Führer e nas suas relações mórbidas com as pessoas que o cercavam, principalmente com o povo que, não somente o levou ao poder por maioria de votos e aceitou a sua liderança, como a apoiou incondicionalmente a partir dos seus primeiros sucessos como chanceler da Alemanha.

Os três grandes biógrafos de Hitler, Ian Kershaw, Alan Bullock e Joachim Fest são unânimes em traçar sua infância e juventude como um período em que ele não possuia nenhum objetivo na vida. Era, claramente, um rapaz ocioso e com pouquíssimas perspectivas a cerca de seu futuro. Também pertencem a esta época as primeiras influências que o levaram à sua concepção absolutamente proparoxítona de “darwinismo social”, com a lei do mais forte determinando a vida e a morte na sociedade.

O Nazismo, segundo Fest, foi resultado de um mórbido caldo de cultura da angústia coletiva alemã somado às raízes do messianismo deturpado que seria mais tarde personificado em Adolf Hitler. Com os russos já ocupando as ruas de Berlim, chegou ao fim a trajetória de vida de uma das figuras mais perigosamente emblemáticas da história da humanidade, sobretudo no que ela tem a dizer sobre a miséria humana em seu estado mais cruel.

Como conclui Joachim Fest, “para se usar, sob outra forma, uma frase de Schopenhauer, a quem Hitler venerava, podemos dizer que Hitler deu ao mundo uma lição que o mundo jamais esquecerá”.




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